O Papel do Fator Humano


Apesar de frequentemente confundida com TI (Tecnologia da Informação), a Segurança da Informação (SI) é um dos pilares essenciais e obrigatórios na proteção de dados em um mundo cada vez mais digitalizado. Quando mal compreendida e aplicada de forma inadequada, a SI pode comprometer a integridade dos sistemas e facilitar a ação de agentes maliciosos. De maneira simplificada, a TI é responsável por manter os sistemas funcionando e otimizar o uso da tecnologia, enquanto a SI protege os dados e os sistemas contra ameaças e acessos indevidos. Podemos metaforizar dizendo que a TI é o coração que mantém a organização tecnológica viva, enquanto a SI é o escudo que protege essa infraestrutura contra ataques e vulnerabilidades.

No dia a dia, é comum observar organizações focadas exclusivamente em soluções tecnológicas, negligenciando um dos principais vetores de vulnerabilidade: o fator humano. Erros cometidos por colaboradores, clientes e parceiros podem comprometer significativamente a privacidade e a segurança dos dados, resultando em vazamentos, violações regulatórias e danos à reputação da empresa. Além disso, tais falhas não apenas representam riscos isolados, mas também servem como facilitadores para ações de agentes maliciosos, ampliando ainda mais a superfície de ataque.

A Influência do Erro Humano na Segurança da Informação

Diversos estudos apontam que a maioria dos incidentes de segurança não são resultado direto de ataques altamente sofisticados, mas sim de falhas humanas. Como sempre digo, é um equívoco considerar o fator humano como o elo mais fraco, pois ele deve ser visto como um vetor de ataque que pode ser explorado por agentes mal-intencionados. (Já escrevi um artigo sobre isso no final deixarei o link do artigo).

Erros humanos podem ser classificados em duas categorias principais:

  1. Omissão: Ocorre quando um indivíduo deixa de realizar uma ação necessária para garantir a segurança da informação. Isso pode decorrer de desconhecimento, descuido ou falta de treinamento. Exemplo: um colaborador que não reporta uma tentativa de phishing a tempo, permitindo que o ataque se propague.
  2. Comissão: Refere-se a ações realizadas de forma errônea que comprometem a segurança dos sistemas e dados. Muitas vezes, essas falhas acontecem por negligência ou excesso de confiança. Exemplo: um funcionário que, por conveniência, anota sua senha em um papel e a deixa exposta em sua estação de trabalho.

Infelizmente, a falta de senso de responsabilidade pode ser um dos fatores críticos que colocam o fator humano em uma posição de negligência e complacência, aumentando as vulnerabilidades na segurança da informação. gerando brechas na segurança. Pois quando os indivíduos não percebem a importância de suas ações na proteção das informações, a segurança da organização fica vulnerável a erros, ataques cibernéticos e incidentes de Segurança da Informação.

Como a Falta de Responsabilidade Impacta a Segurança da Informação?

Complacência com Políticas de Segurança:  Funcionários podem ignorar diretrizes essenciais, como o uso de autenticação multifator, políticas de acesso ou a necessidade de atualizações de segurança.

Desvalorização de Treinamentos e Conscientização: A falta de compromisso com treinamentos sobre segurança cibernética pode resultar em comportamentos inseguros, como clicar em links suspeitos ou compartilhar credenciais.

Descuido no Manuseio de Dados Sensíveis: O desleixo ao lidar com informações confidenciais pode levar a exposições acidentais, como envio de documentos para destinatários errados ou armazenamento inseguro de dados.

Acreditar que a Segurança é Responsabilidade Apenas do Setor de TI: Quando colaboradores pensam que apenas os profissionais de segurança devem se preocupar com ameaças cibernéticas, eles podem subestimar seu próprio papel na proteção das informações.

Postura de “Isso Nunca Vai Acontecer Comigo”: Muitas pessoas subestimam riscos e acreditam que ataques cibernéticos acontecem apenas com grandes corporações, o que pode levá-las a relaxar nos cuidados básicos.

Medidas Para Mitigar Erros Humanos

Para minimizar riscos associados ao fator humano, as empresas devem implementar estratégias eficazes de conscientização e capacitação de seus colaboradores. Algumas das melhores práticas para mitigar esse problema incluem:

Cultura de Segurança: Criar um ambiente onde todos entendam que a segurança da informação é uma responsabilidade compartilhada.

Treinamentos Contínuos: Conscientizar sobre riscos reais e casos de ataques que ocorreram por falha humana.

Monitoramento e Auditoria: Implementar verificações regulares para identificar e corrigir comportamentos inseguros.

Consequências Claras: Estabelecer penalidades para negligência ou descumprimento das normas de segurança.

A segurança da informação não depende apenas de tecnologia, mas também de comportamento humano responsável. Se a falta de responsabilidade não for tratada, mesmo os melhores sistemas podem ser comprometidos.

A segurança da informação não pode ser tratada apenas como um problema tecnológico. Embora soluções de proteção sejam indispensáveis, a conscientização e o treinamento dos colaboradores são igualmente essenciais para garantir um ambiente digital seguro. As empresas que negligenciam o fator humano colocam em risco não apenas seus próprios dados, mas também a confiança de seus clientes e parceiros. Portanto, investir em cultura organizacional voltada para a segurança da informação é um passo fundamental para mitigar ameaças e fortalecer a privacidade dos dados em qualquer organização.

Em um cenário onde ataques cibernéticos se tornam cada vez mais sofisticados, a combinação entre tecnologia robusta e usuários bem treinados é a chave para uma proteção eficiente. A segurança não deve ser vista como um obstáculo, mas como um diferencial estratégico que garante a continuidade dos negócios e a credibilidade das empresas no mercado digital.

Sempre gosto de trazer uma citação ao como fechamento dos meus escritos e uma citação de Sherlock Holmes que se encaixa bem no contexto do artigo é:

“O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém, em momento algum, observa.” – Arthur Conan Doyle, O Cão dos Baskerville.

Podemos usar esta citação para ilustrar como muitas ameaças à segurança da informação estão visíveis no dia a dia, mas passam despercebidas devido à falta de atenção e conscientização dos colaboradores.

Espero que tenham gostado e até o próximo artigo.

Conheça a metodologia 70/30 da Adequa Brasil e garanta uma adequação real à LGPD! Nossa equipe de especialistas em Segurança da Informação e privacidade oferece soluções que cobrem 100% da LGPD estruturada na real aplicação da LGPD onde 70% é Segurança da Informação, 10% Jurídico, 10% DPO e 10% Governança de Privacidade desta forma, trazemos a tranquilidade que sua empresa precisa. Não se arrisque com pseudo adequações. Confie em quem entende do assunto!

Simplificando Processos, Protegendo Dados Gerindo a Privacidade da Sua Empresa.

Abaixo o link para o artigo: Fator Humano na Segurança da Informação: Ameaça Interna

https://www.linkedin.com/pulse/fator-humano-na-seguran%25C3%25A7a-da-informa%25C3%25A7%25C3%25A3o-amea%25C3%25A7a-araujo-do-nascimento-ihmnf/?trackingId=qwYB7EvsRd28aUGXnjFPMQ%3D%3D



Source link