Pesquisa realizada pela DataSenado em parceria com a Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados, empresa da FSB Holding, revelou que um em cada quatro brasileiros (24%) perderam dinheiro nos últimos 12 meses com crimes cibernéticos. Entre os golpes estão clonagem de cartão, fraudes na internet ou invasão de contas bancárias. As instituições entrevistaram mais de 21 mil brasileiros de todas os estados e o Distrito Federal entre 5 e 28 de junho deste ano, o nível de confiança é de 95% e a margem de erro foi de 1,22 ponto porcentual.
De acordo com a análise da pesquisa, mesmo havendo diferenças entre os estados, não há um perfil específico de quem cai em golpe. “O perfil das vítimas é semelhante às características socioeconômicas dos brasileiros em geral. Por exemplo, 51% das vítimas têm renda familiar de até dois salários mínimos. O indicador é de 49% na população brasileira”, afirmou.
O coordenador da pesquisa e analista do DataSenado, José Henrique Varanda, disse que a pesquisa ajuda a entender a dimensão desse tipo de crime no Brasil e pode ajudar na elaboração de propostas. “Outro destaque é a representatividade da pesquisa ao trazer dados locais. As estimativas por unidade da Federação são importantes para representação parlamentar do Senado”, comentou Varanda.
O CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, ressaltou que a pesquisa pode ajudar no apontamento de soluções e enfrentamento dos crime. “Os golpes virtuais têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados, impactando parcela significativa dos brasileiros. Os dados permitem um diagnóstico amplo, que pode apontar possíveis soluções para prevenção e enfrentamento desse problema”, explicou.
Perfis das vítimas dos golpes
São Paulo é o estado com maior recorrência desse tipo de golpe (30%), seguido por Mato Grosso (28%). Já o Ceará tem a menor incidência (17%), seguido por Piauí (18%). No Distrito Federal, 27% das pessoas entrevistadas durante a pesquisa disseram que já caíram neste tipo de fraude.
Outros dados obtidos pelo estudo foram: a maior parte das vítimas vive na área urbana (90%); o número de mulheres de homens é o mesmo, 50% cada; a maior parte das vítimas ganha até dois salários mínimos (51%); pessoas entre 16 a 29 anos são as que mais caem em golpes (27%).
Dicas importantes de segurança
De acordo com o especialista na área de segurança da informação, Rodrigo Fragola, o crescimento desses golpes está diretamente relacionado à digitalização dos serviços financeiros e ao aumento das transações online. “Os criminosos estão cada vez mais sofisticados, utilizando táticas de engenharia social para enganar suas vítimas. É fundamental que as pessoas estejam atentas e sigam algumas medidas simples de segurança”, orienta .
Entre as dicas para evitar cair em golpes digitais, Fragola destaca a importância de nunca compartilhar senhas ou dados bancários por aplicativos de mensagem e desconfiar de promoções ou ofertas que parecem boas demais para ser verdade. “Sempre verifique a autenticidade de links e perfis nas redes sociais antes de clicar ou compartilhar qualquer informação”, aconselha. Ele também ressalta a necessidade de utilizar senhas fortes e a autenticação em duas etapas para proteger contas bancárias e cartões de crédito.
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